sábado, 11 de abril de 2009

Evangeliquês


“...disseram a Pedro: Verdadeiramente também tu és um deles, pois a tua fala te denuncia.” Mateus 26:73b
A situação de Pedro não era nem um pouco confortável, não conseguiu cumprir nenhum dos pedidos do Mestre. O Senhor o havia chamado ao monte para orar e ele acabou cochilando; ainda meio sonolento (imagino eu) tentou protegê-lo fazendo uso de uma espada e cortando a orelha de Malco mostrando assim sua inabilidade com a mesma; pouco tempo antes tinha jurado de pés juntos que nunca o negaria... Mas agora, vendo as falsas acusações, a multidão sendo usada como massa de manobra, temeu e tremeu. Queria ficar ali quietinho, vendo o que aconteceria, mas oh azar! As pessoas o reconheciam, e ele negava, negava, mas na 3ª vez em que negou, foi confrontado por causa do seu sotaque galileu e “gírias” cristãs. Afinal, foram 3 anos andando com o mestre e palavras como “bem-aventurado” e “em verdade, em verdade” não saem da cabeça em apenas uma noite. Pedro queria ser um crente agente secreto, e quando seu disfarce foi descoberto, toma atitudes extremas para mostrar que não andava com Jesus, começa a xingar, isto mesmo, diz a Bíblia que ele começou a praguejar (VS. 74). Por causa de tudo isto vemos um Pedro marcado por um trauma profundo e que só depois de uma conversa franca com o Cristo ressuscitado pôde haver uma libertação deste remorso.
Como um paulista que aprendeu os hábitos mineiros de “ir comendo pelas beiradas” agora chego no ponto que quero focar desta mensagem. Assim como em Portugal se fala o português, na Inglaterra se fala o inglês e na Dinamarca o dinamarquês, descobri que no meio do povo de Deus aqui no Brasil se fala o “evangeliquês”. Sim, evangeliquês; muitos são guiados por modismos, palavras de efeito, modo de vestir e até modo de se portar dentro de um banheiro na hora do banho. Conhecem todas as palavras de poder como: “sangue e fogo”, “sangue de Jesus tem poder” e etc... mas não compreendem o significado de palavras como “novo nascimento”. Procuram vivenciar todo tipo de experiência espiritual, mas não experimentaram o genuíno arrependimento, que é necessário para se obter o perdão. Pra resumir o conto, pessoas levadas a utilizar o evangeliquês acham que por causa disto são convertidas, mas a realidade é outra: elas foram convencidas. Ouvi uma vez de uma pessoa a seguinte frase: “ o evangelho que não muda o modo da pessoa se vestir, não é um evangelho genuíno”. Triste conceito.Eu digo o seguinte: “o evangelho que não muda o modo de ser e de viver do individuo não é o evangelho genuíno”.
Meu querido, você está sendo convidado a fazer parte da geração que não vive modismos, mas vive a Palavra de Deus com poder e ação. Sabemos que o nosso Deus não é levado pela aparência: “pois o homem olha o exterior, porém Deus vê o coração”. Siga o exemplo de Pedro, não aquele Pedro ao lado do fogo (Mc 14:67), mas aquele Pedro que passou pelo fogo do Espírito Santo (Atos 2:14) e seu “evangeliquês” (pregação) de um genuíno convertido trouxe o quebrantamento para quase 3000 pessoas. Fique na paz e que Deus te abençoe. Um abraço. Pr. Adriano