quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

7 características de um falso convertido

O número de pessoas que frequentam as igrejas evangélicas em nossos dias é absurdamente elevado, no entanto, acredito que boa parte daqueles que se dizem cristãos, não nasceram de novo. Aliás, assusta-me o fato de saber que em nossas igrejas existem um número considerável de indivíduos que desconhecem as verdades inequívocas do evangelho, vivendo portanto um cristianismo desprovido de vida e santidade.

Isto posto, gostaria de elencar as principais características de um falso convertido:

1- O falso convertido apesar de conjugar o "evangeliquês" com propriedade, de entoar as canções gospel de cor e salteado, ama demasiadamente o pecado e em virtude disso não está disposto a abandoná-lo.

2- O falso convertido não ama a Palavra de Deus nem tampouco está disposto a obedece-la. Para o falso convertido as Escrituras não devem ser consideradas como a Palavra infalível de Deus.

3- O falso convertido não sente prazer na oração. Para ele o hábito de se relacionar com o Senhor em oração é um fardo pesado e desnecessário.

4- O falso convertido não sente falta da comunhão dos santos. Para o falso convertido o relacionamento entre os irmãos na igreja é dispensável, nessa perspectiva, ele prefere o futebol, as festas, as baladas e todo tipo de entretenimento à reunião dos santos de Deus.

5- O falso convertido não manifesta em sua vida frutos de arrependimento nem tampouco mudança de comportamento. Para o falso convertido tudo é válido desde que no final redunde em satisfação pessoal.

6- O falso convertido não persevera em sua fé, antes pelo contrário, ao enfrentar as batalhas da vida, desiste do Senhor, voltando assim a uma vida de pecados e transgressões.

7- O falso convertido não teme ao Senhor, antes pelo contrário, desenvolve uma espiritualidade focada em si mesmo, onde Deus na verdade não passa de um provedor de seus caprichos.

Pense nisso!

Renato Vargens

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

13 RAZÕES QUE LEVAM PASTORES AO SUICÍDIO

13 RAZÕES QUE LEVAM PASTORES AO SUICÍDIO
 Por Hermes C. Fernandes

Ontem, mais um pastor deu cabo de sua vida. A repercussão foi imediata.  Tornou-se assunto de debates nas redes sociais, no final dos cultos, na escola dominical, nos seminários. O que, afinal, levaria um pastor a tirar a própria vida? O que poderia justificar tal desatino? Será que ele não pensou na dor que causaria em seus familiares e amigos? Não pensou no escândalo que geraria para a igreja? Proponho que examinemos honestamente a questão sem pender para especulações teológicas acerca da possibilidade de um suicida ser ou não salvo.

Para início de conversa, precisamos entender que o pastor é um ser humano como outro qualquer. Assim como o grande profeta Elias, ele está sujeito às mesmas paixões e angústias.

Tendo por base minhas experiências com suicidas em potencial, inclusive pastores que me confidenciaram o desejo de tirarem sua vida, elenco a seguir treze razões que poderiam levar um ministro do evangelho a considerar tal possibilidade.

1 – Pressão por perfeição moral – Se há alguém que não tem o direito de errar, esse alguém é o pastor.  Qualquer deslize no campo moral o desabilitaria a continuar pregando o evangelho. Todos esperam que ele seja um exemplo a ser seguido em todos os aspectos. Sua família deve ser a típica de comercial de margarina. Seu casamento, irretocável. Seus filhos, irrepreensíveis. Ele deve estar acima da média no desempenho de todos os seus papéis sociais. Ao perceber-se inapto a atender a esta demanda moral desumana, ele desaba. “Não me sinto digno de ocupar aquele púlpito”, confessam alguns ao se sentirem hipócritas cada vez que pregam sobre uma perfeição moral que não são capazes de alcançar. Sentem-se como os fariseus denunciados por Jesus, que colocavam sobre os ombros dos outros, o que não conseguiam carregar sobre os seus. Em vez de pastores, acham-se impostores. Duas possibilidades lhes vêm à mente: desistir do ministério ou desistir da vida. Caso optem pela primeira, terão que conviver com o estigma de covarde e desertor; alguém que olhou para trás e por isso não é digno do reino dos céus. Por isso, a segunda opção começa a soar plausivelmente tentadora. Se tirarem a vida, não estarão aqui para ouvir piadinhas. Ouvem falar de colegas que são capazes de levar uma vida dupla. Mas eles, definitivamente, não têm estômago para isso. Preferem a morte ao cinismo.

2 – Expectativas desumanas – Por mais que se esmere, o pastor nunca consegue agradar a todos os que lhe foram confiados. Todos têm direito a férias.  Exceto o pastor. Todos têm direito a um dia de folga. Menos o pastor. Qualquer um pode ficar doente. O pastor, não. Todos estão sujeitos a ter suas desavenças conjugais. O pastor, nem pensar. Todos contraem dívidas que não podem pagar. O pastor, jamais! Os fiéis querem encontra-lo sempre sorridente e bem disposto. Ao menor sinal de abatimento, suspeitas são levantadas acerca de sua comunhão com Deus. Se estiver de carro velho, criticam-no por não ter fé. Como seguir a um homem que não tem fé para trocar o carro todos os anos? Mas se estiver de carro novo, acusam-no de estar se locupletando da fé dos irmãozinhos. Qualquer coisa que venha a fazer, tem que ficar se explicando para não escandalizar aos mais fracos na fé. Se adoecer, prefere manter segredo e sofrer sozinho até se recuperar. Chega ao ponto em que suas forças se esvaem e acaba sofrendo um esgotamento nervoso. O constante estresse vai drenando suas energias até deixa-lo em frangalhos. Neste estado, pensamentos suicidas podem lhe ocorrer com certa frequência. Se lhe falta coragem de atentar contra sua própria vida, ele apela a orações suicidas ao estilo de Elias e Jonas.

3 – Críticas e comparações – Todos conhecem um pastor melhor que o seu. Se é brincalhão, chamam-no de palhaço. Se é do tipo sério, chamam-no de ranzinza. Se apresenta candidatos nos cultos, chamam-no de interesseiro. Se se nega a fazê-lo, chamam-no de idiota alienado. “Bom mesmo é o pastor Beltrano...”, dizem alguns. “Vejam como sua igreja está cheia!” Se não o comparam com algum pastor midiático bem-sucedido ou com o pastor de alguma igreja próxima, comparam-no com seu antecessor: “Aquele sim é que era pastor de verdade...”  Para convencer-se a subir ao púlpito a cada dia sem perder o prazer de pregar, diz para si mesmo: “Nem Jesus conseguiu agradar a todos, não serei eu que vou conseguir esta proeza.”  Esta desculpa pode até funcionar por um tempo, mas chega uma hora que o que antes era prazeroso passa a ser penoso. O friozinho na barriga é substituído pelo estômago embrulhado. As pernas bambas por pés arrastados que sustentam pernas que parecem pesar uma tonelada. Se a mensagem parar de fluir, o fim estará próximo. Não havendo razão para continuar no ministério, talvez não haja mais razão para viver.

4 – Vida conjugal incompatível – Boa parte dos pastores casou-se cedo demais para evitar uma vida sexual ativa pré-marital. Em outras palavras, casaram-se só para poder fazer sexo sem culpa. A mesma igreja que exerce pressão para que os namorados se casem o quanto antes, faz pressão para que tenham filhos logo em seguida. Mal começaram a aprender a conviver, e lá vêm os filhos. Sem gozar de um tempo necessário para se adequar à vida conjugal, o casal começa a enfrentar constantes crises. As relações sexuais vão ficando cada vez menos frequentes. Os diálogos, raros. A igreja passa a ser uma fuga para o pastor que já não tem prazer de estar em casa. Sua libido é deslocada para as atividades ministeriais. Alguns descambam para a pornografia. Outros acabam se entregando a relações extraconjugais. E há até os que recorrem aos préstimos de profissionais do sexo. Um número relativamente pequeno, embora crescente, opta pelo divórcio mesmo sabendo do alto preço que terá que pagar. A igreja prefere que o pastor e seu cônjuge exibam um sorriso hipócrita no púlpito a vê-los realmente felizes e realizados. Mal percebe que os elogios que o pastor faz à esposa em público pode ser uma tentativa de salvar o casamento. Para manter seu ministério intacto, o pastor prefere seguir em frente com seu matrimônio de fachada e assim, ainda que não tire sua vida de uma vez, vai se suicidando à prestação. A culpa não é dele, nem da esposa. A culpa é da pressão religiosa que os fez contrair um matrimônio fadado a naufragar devido à incompatibilidade. Podem até professar a mesma fé, mas são jugos desiguais. Ambos infelizes tentando aparentar viver uma lua-de-mel infindável.  Há casos como o de Jó, em que o pastor ouve dos lábios da própria esposa a sugestão de tirar sua vida.

5 – Sexualidade mal resolvida – Sem dúvida, trata-se de um terreno pantanoso. Mas ouso afirmar, com base em casos que me chegam ao conhecimento, que o púlpito tem se tornado no armário no qual muitos escondem sua verdadeira orientação sexual.  No fundo, a igreja não tem problema com a homossexualidade, mas com a verdade. Se o pastor for homossexual, porém, discreto, mantendo sob sigilo absoluto sua orientação sexual, a igreja não o rejeitará. Em vez disso, fará vista grossa a seus trejeitos femininos ou a qualquer outra coisa que sugira uma homossexualidade enrustida, desde que mantenha um casamento de fachada ou se declare celibatário. Obviamente, a primeira opção é a mais concorrida. Não são todas as igrejas que aceitam numa boa um pastor celibatário. Viver uma mentira sempre será a pior das opções, mesmo sendo a mais conveniente e socialmente aceitável. Sob o manto da hipocrisia, alguns pastores procuram garotos de programa durante as madrugadas. Outros se deixam envolver emocionalmente por membros de sua congregação, vivendo uma espécie de amor platônico inconfessável. Outros acabam mantendo sórdidos casos amorosos que, quando vêm a público, provocam escândalos irreparáveis. No afã de evitar tudo isso, alguns se deixam seduzir pela proposta suicida.

6 – Difamação – “Os escândalos são inevitáveis. Mas ai de onde vêm os escândalos”, teria dito Jesus. Quem ama a obra de Deus, jamais deseja ser um estorvo a ela. Por isso, muitos preferem se anular, vivendo de maneira inautêntica. Mesmo assim, são obrigados a suportar às más línguas de gente inescrupulosa, invejosa e cruel. Trata-se de pessoas que ficam à espreita, esperando um escorregãozinho que seja, ou ao menos um indício de que algo não esteja correto, para saírem por aí detonando a reputação alheia. Infelizmente, alguns prezam mais o seu bom nome do que a sua própria vida. Por isso, preferem a morte a ver seu nome enlameado.

7 – Surto psicótico – A mente humana é um impenetrável labirinto em que muitas vezes se esconde um minotauro. Não subestime a sua complexidade. Aquele homem polido, de fala rebuscada, elegantemente trajado, pode ser um psicótico prestes a surtar, bastando um clique de uma situação traumática e angustiante insuportável. O que muita gente julga ser sinônimo de espiritualidade à flor da pele e manifestações de dons espirituais, pode não passar de um surto psicótico. Ele vê coisas que ninguém vê. Ouve vozes frequentemente. Suas mensagens se tornaram desconexas. É possível que esteja surtando. Daí para um desatino pode ser um pulo.

8 – Culpa – Todos pecam! Mas nem todos sabem lidar com a culpa. Mesmo sabendo da disponibilidade do perdão divino, muitos pregadores da graça se negam a perdoar a si mesmos. Vivem esmagados pelo peso da culpa. Nem sempre por haver cometido alguma falta. Por vezes, se culpam por não serem tão bons quanto gostariam de ser. Culpam-se por não atenderem às expectativas do seu rebanho. Culpam-se pela falta de crescimento da igreja. Culpam-se até pelo deslize de terceiros.

9 – Lidar com jogo de interesses entre membros – Nada mais desgastante do que estar no meio de um cabo de guerra. De vez em quando, Jesus se via num fogo cruzado entre fariseus e saduceus. Nem Paulo escapou disso. Se atende à solicitação de um grupo, acusam-no de predileção. Se não atende, sentem-se preteridos. Se evita entrar em contendas, dizem que está em cima do muro. O que resta ao pastor?

10 – Conflitos existenciais – “Será que fui mesmo chamado para ocupar esta posição?”, “seria esta a minha vocação?” ou: “Eu acho que não passo mesmo de um embuste.” São frases que insistem em ocupar a mente de muitos ministros. Dentre os mais agudos conflitos existenciais, destaca-se o produzido pela sensação de que a sua vida é mais lamentada do que seria a sua morte. Para quê viver se a vida deixou de ser motivo de louvor a Deus? Quem se sente confortável ao saber que sua vida se tornou motivo de queixa e murmuração?

11 – Solidão – Não há classe mais solitária que a pastoral. Ainda que cercado por uma multidão, o pastor se sente só. Ele tem seguidores, mas falta-lhes amigos. Ele tem quem ouça seus sermões, mas poucos que se ofereçam para ouvir suas angústias. Sabe que tudo o que disser poderá ser usado contra ele. O amigo de hoje pode ser o desafeto de amanhã. Por isso, prefere isolar-se.  Mas o isolamento cobra caro à alma. Sem ter com quem se desabafar, vai acumulando sentimentos nocivos até que um dia, explode.

12 – Depressão – Não se trata de estar ocasionalmente triste, mas de perder totalmente o ânimo pela vida. Elias pediu a morte quando passou pelo vale da depressão. Jonas, idem. Ambos vinham de situações em que foram ministerialmente bem-sucedidos. Elias havia acabado de protagonizar um dos mais icônicos episódios do Antigo Testamento, fazendo descer fogo do céu ante os olhos de todo o Israel. Jonas havia testemunhado a conversão de toda uma cidade através de sua pregação. O sucesso, porém, não os impediu de fazer a oração suicida. É possível estar dirigindo um carro do ano, morando num condomínio luxuoso, com o nome estampado nas manchetes dos jornais, gozando de notoriedade, e, ainda assim, ficar deprimido a ponto de não querer mais viver.

13 – Ingratidão, traição e abandono – Se não quiser experimentar tais coisas, não se meta com ministério pastoral. Todos os candidatos ao pastorado deveriam ser avisados antes. A maioria só enxerga o glamour. Não imaginam as noites mal dormidas, as enxaquecas constantes, as manchas no corpo, o risco de um AVC fulminante, etc.  Tudo isso é potencializado pela ingratidão de que é uma vítima constante. Pessoas a quem se dispôs a ajudar, repentinamente, tornam-se desafetos e saem difamando-o sem dó, nem piedade. A ingratidão costuma desaguar na traição, e, consequentemente, no abandono. Justamente aqueles em quem confiou cegamente, são os que o abandonam nos momentos cruciais de sua jornada. Sem chão e sem fôlego para prosseguir, a morte passa a ser uma tentadora alternativa.

Apesar das razões elencadas acima, nenhuma delas deveria ser suficiente para levar um homem de Deus a dar cabo de sua vida. Se deixarmos de olhar para nós mesmos, e de nos distrair com as críticas dos que nos cercam, não nos restará alternativa senão a de olhar firmemente para Jesus, autor e consumador de nossa fé. Somente assim não desfaleceremos e cumpriremos nossa jornada sem ter do que nos envergonhar.

Qualquer decisão nesta vida pode ser revertida, com exceção do suicídio. É mais necessário coragem para prosseguir do que para interromper drasticamente nossa caminhada. Então, bola pra frente! Não é aqui o nosso descanso!

"Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, o qual é a salvação da minha face, e o meu Deus."
 SALMOS 42:11

Suicídio de pastores uma reflexão

Hoje, tristemente li a notícia do suicídio de mais um pastor. Faz uns meses que, num encontro com um estudante de teologia, ele me pediu que pensasse a respeito de escrever um ritual específico para o ofício fúnebre de suicidas. Nosso ritual contempla um ofício para pessoas falecidas súbita e tragicamente, mas ele sentia a necessidade de saber o que dizer num momento que é particularmente emblemático para os cristãos e cristãs, pois aprendemos desde sempre que o suicídio é um ato extremo e contrário à vontade de Deus. De fato, qualquer morte é contrária à vontade de Deus, segundo nos ensina Jesus Cristo. E a dificuldade em lidar com esses temas pode nos levar a palavras inapropriadas, que aumentam a dor e não resolvem as questões pendentes. Por outro lado, se a palavra é meramente de aceitação de uma tragédia deste porte, tememos que nosso sermão seja um incentivo para outras pessoas que também sofrem de um mal mental ou emocional profundo e sentem-se sem saída.
Quero, portanto, dizer que não tenho reflexão suficiente ainda ou uma iluminação particular de Deus sobre o tema. Assim como a Igreja Cristã contemporânea, estou sendo questionada por dentro acerca de muitas coisas que estão acontecendo apesar de tudo o que ouvimos e aprendemos e que nossos pais nos contaram sobre a vida e suas verdades, momentos e descobertas. A honestidade é um passo primeiro numa coisa séria como esta.
Respondi ao pedido do jovem seminarista que um ritual não resolve uma questão profunda, porque ele só lida com um fato depois que ele acontece. E todo cristão e cristã entende e crê, desde sempre, que o que acontece entre uma pessoa que morre e Deus é problema dos dois. Não nos cabe salvar ou condenar ninguém com nossas palavras numa hora dessas. Nosso compromisso evangélico é com as pessoas vivas. Qualquer ritual fúnebre visa aliviar a dor do luto, motivar para a vida que segue, fomentar a esperança, despertar a fé. Não quer explicar ou entender os mistérios da vida, mesmo porque não dá para fazer isso diante da morte concreta, numa hora e meia de culto, com pessoas que chegam com visões muito diversas e até contraditórias do evento.
Também lamento que a profissão ou vocação pastoral seja evocada quando se fala do suicídio de clérigos, porque isso parece aumentar o peso condenatório. Erramos, pecamos e sofremos apesar de nossa fé, muitas vezes. Não por causa dela. Antes de morrer, tenho certeza de que a fé daquele pastor o salvou muitas vezes, o impediu antes muitas vezes. Mas naquele minuto enlouquecido, que só ele e Deus sabem, ela se perdeu dos olhos dele e a tragédia acontece.
Gosto sempre de me lembrar de Jó e seus amigos. Do quanto eles foram úteis e importantes enquanto apenas choraram juntos em silêncio. Quando começaram a falar, muitos problemas apareceram. E toda vez que me vejo diante de uma dor inexplicável, de um grave delito, de uma situação que contraria minha razão e até minha fé, procuro calar primeiro, chorar primeiro e ver se entendo depois.
Então, eis o que eu acho que entendo. Ou melhor, o que eu, por enquanto, apenas sinto: cada vez mais nosso lado emocional, lúdico, imaginativo está sendo cassado na existência. Roubar-nos dessa imaginação e desse encantamento resseca a alma profundamente. Há pessoas que são doentes do corpo mesmo. Faltam hormônios, sobram hormônios, abundam disfunções que precisam de medicamentos, acompanhamento e controle da vida. Mas também há dores que são de alma, frustrações não resolvidas e emoções não tratadas que podem gerar depressão e vontade de morrer. Nesses casos, a tarefa do aconselhamento e da terapia aparentemente podem funcionar melhor. Mas há estragos da vida que são difíceis e para os quais nem sempre a cura brota instantânea. A pessoa precisa lutar como o apóstolo Paulo dizia fazer sobre seus pecados...
Então, eu me lembro de João Wesley dizendo que se a gente não pode curar, pelo menos devemos dar alívio. Abrir os ouvidos para acolher as falas sem a pressuposição de dar resposta a tudo. Calar e chorar junto quando a dor for demais. Não pressupor que uma pessoa de fé seja uma rocha inabalável, apenas que pode se colocar sobre uma, se puder se equilibrar um dia de cada vez.
Ninguém se mata por ser pastor. Ninguém se mata por ser psicólogo. Ninguém se mata por fracassar numa profissão que devia ser de esperança (essa é a sensação que uma manchete baseada na profissão quer passar).
Primeiro, temos de reconhecer que há algo errado no mundo. Pecados sociais que adoecem, mudam genéticas, envenenam o corpo, fazem surgir coisas inexplicáveis. E somamos outro pecado quando não somos capazes de falar sobre isso ou esquecer.
Depois, temos de admitir que não entendemos tudo, nem podemos explicar tudo. A seguir, assumir que nossa postura precisa ser a favor da vida, em termos de consolo aos que ficam e isso precisa ser dosado com a sabedoria de não enfatizar o ato final, mas a vida da pessoa antes daquilo. Essas posturas não são simples ou fáceis, mas sem elas ficaremos sempre na superficialidade condenatória ou redentora que não abre portas para a libertação verdadeira.
Tudo isso é o que eu sinto quando vejo que o tema da depressão é uma problemática a que a teologia deve voltar os olhos com seriedade e profundidade. Não dá para ser simplista com o tema. Não mais, quando vemos uma epidemia de mortes autoinfligidas que deve nos alertar para coisas graves que nos acontecem enquanto humanidade.
E se você chegou até aqui, quero reafirmar que não tem jeito. Coisas profundas não podem ser discutidas por memes ou textos rasos de facebook. Tem que ter textão, tem que ter discussão, tem que ter coração, tem que ter salvação. A vida humana é enorme, importante e linda. Deus desceu lá do céu pra testificar disso mais uma vez. Não podemos nos furtar a esse ato encarnatório na dor do irmão e da irmã. Nós podemos evitar a próxima morte. Pra isso, temos de enfrentar a vida. Unidos.
(Bispa Hideide Torres)

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Emanuel Deus conosco


Isaias 7:14 diz: “Eis que a virgem conceberá e dará a luz um filho e lhe chamará Emanuel”
Viaje comigo até Belém Imagine um cenário em que pastores maravilhados por terem ouvido um coral de anjos e magos guiados por uma estrela o adoram. Observe o nenê que nasceu, um rei dos judeus, e cantemos: Um menino nos nasceu, um filho se nos deu.
Jesus é o Deus encarnado, nosso Deus, nosso senhor, nosso amigo. Devemos admira-lo e também adora-lo. A gravidez de Maria foi algo milagroso, jamais ouvimos historia igual a essa no passado ou nos tempos presentes. Nosso salvador era o santo de Deus, que nasceu da virgem sem  a marca do pecado original que vinha de todos os descendentes de adão. Por isso devemos nos alegra com o nosso redentor.
Visualize agora comigo anjos cantando de madrugada e uma estrela de brilho diferente no céu. E nessas aparições simples pastores e ricos magos saindo de seu local de trabalho e se deslocando para o local onde se encontrava o menino para lhe prestar adoração. A terra se alegra e os homens celebram o nascimento de Jesus.
Belém significa casa de pão, ali nasceu o pão da vida, para satisfazer as nossas esperanças. É o salvador profetizado a muito tempo. Que a alegria da salvação nos guie neste momento. Que músicas e canções sinceras acompanhem a alegria de nossa alma.
Que o nome Emanuel nos traga alegria e prazer.
Emanuel.... o Deus que está conosco em todos os momentos de nossa vida, nos momentos de sofrimento, nos momentos de tristeza, nos momentos de alegria, nos momentos de angustia a sua presença se faz real conosco.
e que da mesma forma andemos com Ele, crendo na sua ressurreição, sua subida aos céus, e esperando sua segunda vinda gloriosa!!
Que neste natal tenhamos uma comunhão espiritual verdadeira com o Emanuel Deus conosco e nós com Ele.
Pr. Adriano Papa